quarta-feira, 11 de julho de 2007

Em passos lentos, sem pressas
Sem nenhuma pressa
Qual corpo inanimado
Não te moverás
Encantado na ligeireza
Desta sombra que tão bem reconheces
De outros momentos
Sem pressa
Direita a ti
Quase que dança
Uma dança que encanta
Com o seu corpo vazio
Do fundo dos oceanos
Dança todo o corpo
Todo menos os olhos
Esses olham para ti, sempre
De soslaio, quase escondidos
Só o suficiente...

Enquanto respiras cada vez mais depressa
Os teus olhos já não a vêem
Agora é o teu corpo arrepiado
Que sabe que está lá
Que te diz que estás lá
Envolto nela, asmático, frio
E quase como se fosse feita de nada, poderosa
Aproxima-se da tua orelha e sussurra:

“Eu sou tu.”