Em passos lentos, sem pressas
Sem nenhuma pressa
Qual corpo inanimado
Não te moverás
Encantado na ligeireza
Desta sombra que tão bem reconheces
De outros momentos
Sem pressa
Direita a ti
Quase que dança
Uma dança que encanta
Com o seu corpo vazio
Do fundo dos oceanos
Dança todo o corpo
Todo menos os olhos
Esses olham para ti, sempre
De soslaio, quase escondidos
Só o suficiente...
Enquanto respiras cada vez mais depressa
Os teus olhos já não a vêem
Agora é o teu corpo arrepiado
Que sabe que está lá
Que te diz que estás lá
Envolto nela, asmático, frio
E quase como se fosse feita de nada, poderosa
Aproxima-se da tua orelha e sussurra:
“Eu sou tu.”